quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Anaïs Nin - Noël Riley Fitch

Anaïs Nin (1903-1977) foi uma mulher apaixonada e misteriosa, mundialmente famosa por aventuras sexuais extravagantes, entre as quais se contam os seus romances simultâneos com Henry e June Miller e os seus casamentos bígamos. Em meados da década de 1920, desejosa de quebrar os ditames da América vitoriana, quer como artista quer como mulher, Nin viajou para Paris, onde se integrou nos lendários círculos artísticos e literários da Rive Gauche.

Nesta biografia, Noël Riley Fitch descodifica os segredos do diário de Anaïs Nin, completando, corrigindo e desmitificando a imagem por ela criada. Ao fazê-lo, dá-nos um retrato íntimo e hipnótico da vida apaixonante, tumultuosa e por vezes amargamente dolorosa de Anaïs Nin.

«À semelhança de Oscar Wilde, ponho a minha arte no meu trabalho e o meu génio na minha vida, represento mil papéis diferentes.»

Anaïs Nin

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Lisboa Noir O ano louco de 1928 - Luís Corte Real

Quando a guerra civil terminou em 1834 com a vitória de D. Miguel, o Pai da Nação instalou uma monarquia absolutista, exterminou os liberais e recuperou o Brasil para a coroa. Sucedeu-lhe D. Miguel II, o Unificador, responsável pela União Ibérica que anexou a coroa espanhola à portuguesa.

Entretanto, Lisboa, capital desse novo império que se espalhava pelos cinco continentes, cresceu para se tornar na primeira megacidade do mundo. E a Guerra do Ultimato, que esmagou os ingleses no final do século XIX, obrigou-os a pagar pesadas compensações e tornou a União Ibérica na maior potência industrial e militar da Europa.

Com D. Miguel III a acabar de subir ao trono, o futuro de Lisboa parece luminoso, mas uma metrópole tão grande esconde muitos segredos. E os mais perigosos têm a ver com a própria dinastia miguelista. Com dirigíveis nos céus, polícias corruptos nas ruas e um Sindicato do Crime a controlar o submundo, prepare-se para visitar uma Lisboa onde tudo pode acontecer.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Outra Autobiografia - Rita Lee

Rita Lee pode ter tido de tudo, menos uma vidinha besta. E os últimos anos foram dos mais difíceis. Ao mesmo tempo que o mundo passava por uma pandemia, a artista brasileira foi diagnosticada com cancro do pulmão. 

Num texto com a franqueza e a honestidade que são marcas registadas da sua escrita, ora cru e chocante, ora cheia de ironias, ora subtil e comovente, Rita Lee não poupa detalhes dos tratamentos a que se sujeitou e dos estados de espírito por que passou. Fala também da rotina, de tropeços inesperados, dos avisos do universo, de seres de luz e dos caminhos que a vida tomou.

Já muito perto do fim, que chegaria aos 75 anos, Rita Lee pariu um novo livro autobiográfico que vai mexer profundamente com o leitor, um relato no qual é tomada por uma coragem que só não é superior ao amor que tem pelo público que a consagrou. E foi a esse público, quase 60 milhões de discos depois, que Rita quis contar, tintim por tintim, o que se passou, como foi o seu final de vida.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Tempos de Eduardo Lourenço Fotobiografia - Maria Manuel Baptista, Maria Manuela Cruzeiro e Fernanda de Castro

Em ano de centenário, Eduardo Lourenço guia-nos pela própria vida e obra numa fotobiografia que imortaliza o mundo intelectual e afetivo de um dos nomes maiores da cultura contemporânea.

No ano em que se assinala o centenário de Eduardo Lourenço, esta obra revisita o perfil de um nome maior da cultura portuguesa contemporânea, uma voz que atravessou fronteiras físicas, estéticas, conceptuais e literárias, e cujo eco se perpetuou - e perpetua - por Tempos e realidades distintas.

Ensaísta, professor, filósofo, conselheiro de Estado, Eduardo Lourenço encerra em si mesmo, e numa obra complexa, vasta e dispersa, um «pensamento que, no seu aparente deambular, voando nas asas do tempo, ou mergulhando fundo na imensidão de um saber a perder de vista, nos coloca frente a frente com o assombro das perguntas essenciais e a insatisfação das sempre provisórias respostas», como destacam Maria Manuel Baptista e Maria Manuela Cruzeiro na nota introdutória a esta edição.

Da infância às primeiras obras publicadas, da vida em França à consagração inequívoca em Portugal e além-fronteiras, somos convidados a entrar neste «labirinto» de conhecimento e afetos, cujo fio do tempo se desenrola numa simbiose perfeita entre as palavras do protagonista e as fotografias que desenham a sua história.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Elon Musk - Walter Isaacson

Do autor de Steve Jobs e outras biografias de sucesso, chega-nos a história surpreendentemente íntima de um dos inovadores mais controversos e fascinantes da atualidade, um visionário avesso a regras que levou o mundo para a era dos carros elétricos, da exploração espacial de iniciativa privada e da inteligência artificial. Ah, e comprou o Twitter.

Durante a sua infância, na África do Sul, Elon Musk foi vítima de bullying. Um dia, foi empurrado de umas escadas de cimento abaixo e pontapeado no rosto até este ficar uma massa ensanguentada e inchada. Ficou internado durante uma semana. Mas as mazelas físicas eram insignificantes quando comparadas com as feridas emocionais infligidas pelo seu pai, um carismático e engenhoso fantasista que agia por conta própria. Quando Elon teve alta do hospital, o pai repreendeu-o. «Tive de ficar de pé uma hora a ouvi-lo gritar comigo, a chamar-me idiota e a dizer-me que era um inútil», recorda.

O impacto do pai na sua psique permaneceria. Transformou-se num homem-criança duro, apesar de vulnerável, com uma tolerância extraordinariamente alta ao risco, sedento de drama e com um sentido épico de missão e uma obstinação maníaca, tão insensível quanto, por vezes, destrutiva.

No início de 2022 ¿ depois de um ano marcado pelo lançamento e colocação em órbita de 31 foguetes da SpaceX, pela marca de um milhão de carros vendidos pela Tesla e de se tornar o homem mais rico do mundo, Musk falou com pesar sobre a sua compulsão para criar dramas. «Preciso de mudar de mentalidade, sair do modo de crise, que é como tenho funcionado nos últimos catorze anos, pelo menos, se não a maior parte da minha vida», disse.

Foi um comentário melancólico, não uma resolução de Ano Novo. Ao mesmo tempo que se comprometia a mudar, comprava, em segredo, ações do Twitter, o maior recreio do mundo. Ao longo dos anos, sempre que se encontrava num lugar mais sombrio, voltava a ser aquela criança agredida no recreio. Agora, tinha a oportunidade de ser o dono do recreio.

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Revolução - Hugo Gonçalves

Um disparo perfura a noite na serra de Sintra, durante um jantar da família Storm, e a matriarca sabe que perdeu um dos três filhos.

O epicentro do colapso tem origem muitos anos antes, entre o fim da ditadura e os primeiros tempos da revolução. Maria Luísa, a filha mais velha, opositora clandestina do regime, é perseguida pela PIDE. Frederico, o filho mais novo, está obcecado em perder a virgindade antes de ser mobilizado para a guerra colonial. E Pureza, a filha do meio, vê os seus sonhos de uma perfeita família tradicional despedaçados pelo processo revolucionário em curso.

Revolução acompanha a família Storm, do desmoronar do império ao despertar da democracia, ao longo dos rocambolescos, violentos e excessivos meses do PREC, quando a esperança e o medo dividem os portugueses e muitos acreditam que o país está a um triz da guerra civil.

Um romance tragicómico sobre a liberdade e as relações familiares, num período único de transformação, na História de Portugal, em que o caráter e o radicalismo medem forças, separando os filhos dos pais, colocando irmãos em lados opostos da barricada, criando terroristas fanáticos e heróis improváveis.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Schmidtologia - Luís Mateus

Roger Schmidt chega ao Benfica como uma aposta de risco - e pessoal - de Rui Costa. É a primeira grande decisão que toma enquanto presidente. O impacto é imediato, com um futebol veloz, impositivo e apaixonante, e excelentes resultados, não só em Portugal, como também diante de algumas das melhores equipas da Liga dos Campeões. Depois da surpresa inicial, os elogios acumulam-se. Há muito que na Luz não se vê nada assim. Para os portugueses, o alemão aterrou em Lisboa praticamente como um desconhecido, mas para o resto do mundo é há algum tempo considerado um dos mais entusiasmantes nomes do futebol germânico moderno. Embora sem os títulos que talvez mereça, há muito que Schmidt se destaca dos demais.

«Schmidtologia» é uma viagem à descoberta da carreira do treinador do Benfica, desde a glória em Salzburgo às deceções em Leverkusen e Pequim, embalada pelas opiniões de quem o acompanhou de perto, como jornalistas, especialistas, autores e ex-jogadores, e pontuada pelas melhores estórias e momentos, sem esquecer as táticas e ideias que fazem parte da filosofia que criou. Mal sabia ele, quando ainda hesitava entre a engenharia e o banco de suplentes do modesto Delbrücker, do quinto escalão da Alemanha, que a redenção estava, afinal, agendada para 19 anos depois, em Portugal, no Estádio da Luz.


terça-feira, 13 de junho de 2023

Foram Todos Nazis - Helmut Ortner

Será que os apoiantes de Hitler, que causaram tanto sofrimento a outros povos, sentiram culpa e vergonha? 
Terão compreendido o que aconteceu, aquilo em que participaram e que permitiram que acontecesse?

«ESTES LIVROS SÃO AINDA ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIOS HOJE EM DIA!» Frankfurter Rundschau

A mecânica do poder nacional-socialista baseava-se num acordo coletivo: um povo, um império, um líder. Os apoiantes de Hitler escolheram-no livremente. Vindos do mundo dos negócios, da justiça, da ciência, da administração, encontravam-se por toda a parte, no meio intelectual, na aristocracia, no clero, na pequena burguesia e na classe trabalhadora.

Esta base de pessoas, carreiristas, oportunistas e gente simples do campo, via-se como «o povo dominante» e sonhava subjugar o mundo. A maioria dos alemães não quis ver nem saber de nada até à sua derrota em 1945.

No pós-guerra, os homicídios e crimes violentos transformaram-se em crimes ordenados «de cima» sem nenhuma responsabilidade. Milhares de criminosos, simpatizantes, seguidores e cocriadores que serviram o regime nazi em cargos importantes prosseguiram as suas carreiras na nova Alemanha como políticos, advogados, oficiais, médicos, empresários e jornalistas, e até celebridades.

Será que os apoiantes de Hitler, que causaram tanto sofrimento a outros povos, sentiram culpa e vergonha? Terão compreendido o que aconteceu, aquilo em que participaram e que permitiram que acontecesse?

sábado, 10 de junho de 2023

Mussolini - Os Últimos Dias da Europa - Antonio Scurati

O princípio do fim: Hitler, as leis raciais de Nuremberga, a entrada da Itália fascista na Segunda Guerra Mundial. Neste terceiro volume da biografia ficcionada de Mussolini, chegamos aos anos cruciais da vida do ditador.

Roma, 3 de maio de 1938. Mussolini aguarda na estação de Ostiense pela chegada do comboio que traz Hitler de visita a Itália. Semanas antes, o ditador alemão proclamara a anexação da Áustria. Também Mussolini tem ambições para Itália: retira-a da Liga das Nações e prepara-se para promulgar legislação racial de uma dureza sem precedentes. Ainda assim, há quem tenha esperança de que a sede de poder dos dois chefes de estado seja saciada sem mais derramamento de sangue.

Antonio Scurati reconstrói com precisão o delírio de Mussolini, que julga poder influenciar as decisões do Führer. Desfeita a ilusão, e apesar de estar ciente da debilidade e do isolamento do seu país, das alturas da varanda do Palazzo Venezia, Il Duce declara ter chegado a hora das decisões irrevogáveis. A guerra começava.

Neste terceiro volume do seu ambicioso projeto literário, Scurati debruça-se sobre o triénio fatal de 1938-40, o culminar da ilusão da Itália fascista, que se sujeita à aliança com a Alemanha nazi e à sua infame legislação racial. Traça os últimos dias de uma Europa abalada pela barbárie e incapaz de escapar aos males do totalitarismo.

Um romance trágico e poderoso, carregado de advertências para o nosso futuro.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

A Devastação - Helena Magalhães

No final do verão de 1990, Mar, com apenas seis anos, é enviada para o Romeirão, um internato Católico no Alentejo onde fica até aos 15 anos. Cresce no meio de regras e privações, castigos e fome, mas rodeada e protegida pela irmandade das outras raparigas, principalmente Anita e Amália, mas também de Eduardo, um dos rapazes da vila, com quem vai criar uma relação inesperada e viver as primeiras descobertas de amor.

Anos depois, ainda a lidar com o trauma do passado, com as drogas, a depressão e a solidão, é ao lado de Isabel, Alice e Luísa que aprende a viver uma nova vida sóbria e em paz. Quando reencontra Eduardo, nenhum consegue resistir à ligação magnética, mas com ele voltam feridas antigas que a assombram desde a noite em fugiu do Romeirão. A pequena Mar que se transformou na Marisa das Argolas, a vilã de Raparigas Como Nós, regressa nesta ousada crítica ao patriarcado português. Escrita com sagacidade e emoção, a devastação explora o poder das amizades femininas e captura as complexidades humanas e familiares, a eletricidade do primeiro amor e os segredos que nos enjaulam em locais amaldiçoados dentro de nós.

SUGESTÃO

Inferno de Dan Brown

Anaïs Nin - Noël Riley Fitch

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