Nas ruas de Lisboa respira-se medo. A cidade não é segura e dentro de portas há um nome que atormenta os homens e mulheres da capital: Diogo Alves, de alcunha o Pancada. Poucos lhe conhecem o rosto, mas todos temem cair nas suas mãos. Lá do alto dos arcos do imponente Aqueduto das Águas Livres, sem dó nem piedade, Diogo Alves atira as suas vítimas num voo trágico de mais de 60 metros de altura. O grito, que faz estremecer tudo e todos, dá lugar ao silêncio da morte. A jornalista Anabela Natário, no seu primeiro romance, traz-nos a arrepiante história deste homem que aterrorizou Lisboa da primeira metade do século XIX. Nascido na Galiza, aos dez anos vem para Lisboa onde de criado nas casas mais abastadas da capital passou a ladrão e de ladrão a assassino cruel. Unido pelo coração à taberneira Parreirinha, com estabelecimento em Palhavã, Diogo Alves torna-se numa verdadeira lenda. Através da consulta dos jornais da época e de peças do processo, Anabela Natário recria o processo judicial de Diogo Alves, num romance recheado de mistério e intriga. É ao juiz Bacelar que cabe a difícil tarefa de descobrir e capturar Diogo Alves e o seu bando de malfeitores. Diogo Alves, embora deixe um rasto de violência e morte, consegue sempre escapar-se às mãos da justiça. É preciso detê-lo. O juiz não desiste e aos poucos, mergulhado no ambiente de violência e miséria que se vive na capital do reino, vai juntando as peças deste complicado puzzle de crimes e assaltos.
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