Guerra e Paz é um verdadeiro
monumento da literatura universal. Tolstói descreve as guerras movidas por
Napoleão contra as principais monarquias da Europa, dissecando as origens e as
consequências dos conflitos e, principalmente, expondo as pessoas e as suas
vulnerabilidades com uma aguda perceção psicológica. O enredo deste romance
cobre toda a campanha de Napoleão na Áustria, a invasão da Rússia pelo exército
francês e a sua retirada, entre 1805 e 1820. Neste quadro épico movem-se mais
de 550 personagens, além dos elementos das famílias aristocráticas principais,
Tolstói criou um retrato realista e incisivo da sociedade russa de inícios do
século XIX, denunciando o preconceito e a hipocrisia da nobreza, ao lado da
miséria dos soldados e servos. Este romance presta-se ainda a expor as ideias
do autor sobre o sentido da vida e a desenvolver as suas reflexões filosóficas
em favor de uma sociedade mais justa e fraterna. O legado literário de Tolstói
figura a par do de outros grandes escritores russos do século XIX entre os
quais se destacam Dostoiévski, Pushkin, Turgueniev e Tchekov.
Considerado como um dos nomes
maiores da literatura, este escritor, filósofo, pedagogo e até profeta, foi um
defensor acérrimo das minorias e dos mais desfavorecidos, e um dos primeiros a
insurgir-se contra a escravatura. Apesar das muitas perseguições a que foi
sujeito, Lev Tolstói encontrou na escrita um refúgio e foi de forma sábia que
abordou temas tão inquietantes quanto complexos. Entre 1865 e 1869 escreveu e
publicou aquela que é talvez a sua obra-prima e uma das maiores criações
literárias de sempre: Guerra e Paz.
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