Antonieta pastoreia cabras em Mangue Seco e entrega-se a diversos
amantes nas dunas da região. A carola Perpétua denuncia ao pai, Zé Esteves, as
aventuras da irmã, e a liberdade da moça escandaliza a pequena Sant’Ana do
Agreste. Depois de levar uma surra de cajado, Tieta é escorraçada de casa pelo
pai.
Depois de perambular por localidades
próximas, prostituindo-se para sobreviver, Tieta segue para São Paulo, onde se
torna cafetina. Envia dinheiro à família, mas ninguém conhece seu paradeiro.
Quando a correspondência é interrompida, Perpétua conclui que a irmã está
morta. Mas após mais de 25 anos da partida Tieta regressa.
A volta da filha pródiga revoluciona a
pequena cidade baiana. Graças à influência dela, a luz gerada pela hidrelétrica
de Paulo Afonso chega a Sant’Ana do Agreste, o que leva uma indústria altamente
poluidora a querer se instalar ali, ameaçando o destino ecológico do lugar.
Além disso, Tieta volta a povoar as fantasias dos homens e vive uma relação
incestuosa com seu sobrinho, o seminarista Ricardo.
Nesse extenso panorama de costumes e de
aceleradas transformações, muitas histórias, vividas por numerosos personagens,
somam-se à trama central. A narrativa inclui intervenções do autor, diálogos
apimentados que registram a fala da região e descrições de hábitos e histórias
tradicionais.
Relações de poder e corrupção,
religiosidade, liberação sexual, moda e consumo, conflito entre progresso e
preservação ambiental são assuntos que, incorporados ao enredo do livro, ganham
tratamento crítico bem-humorado. Essa combinação faz de Tieta uma narrativa
experimental e inovadora.
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