quinta-feira, 19 de julho de 2018

À Mesa com Ramalho Ortigão - Maria Antónia Goes

José Duarte Ramalho Ortigão atravessou a história da Monarquia à República de 1836 a 1915, num conturbado momento civilizacional. Atento, talentoso, com energia e capacidade de trabalho deixou-nos precioso testemunho da sociedade portuguesa no Séc. XIX.

É patente a indelével vontade de abrir o país ao conhecimento e à experiência internacional, como é manifesto na sua criteriosa bibliografia. O que também, não o impediu de exercer o apurado sentido crítico iniciado nas primeiras Farpas em colaboração com o seu ex-aluno Eça de Queirós. Viajou imenso. Recolheu e trouxe para Portugal o resultado das suas observações de que destacamos: Paris, A Holanda, John Bull – depoimento sobre aspecto da vida e civilização inglesa, Notas de Viagem...

A nível interno deixou-nos As Praias de Portugal. E, influenciado pela visita à Exposição Universal de Paris contribuíu para a valorização da nossa riqueza termal, efectuando um cuidado levantamento geográfico na obra Banhos de Caldas e Águas Minerais, que ainda hoje nos pode servir de guião.

O deslumbramento pela sociedade parisiense contagiou o seu entusiasmo pela gastronomia francesa e a contraponto cuidou com atenção do nosso património alimentar, sendo-lhe atribuída uma célebre e polémica receita sobre o modo de frigir batatas.

A arte da mesa tem lugar privilegiado na sua obra, como nos demonstra Maria Antónia Goes numa metódica análise de Jantares e Jantantes aqui enriquecido com as receitas da época. 

À Mesa com Ramalho Ortigão é um convite à partilha dos sabores.

 Ramalho Ortigão


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